sexta-feira, 29 de maio de 2009

A culinária super caprichada do Club Med em Itaparica

Por Adriana Haddad

Olá pessoal!

Na semana passada, para comemorar o Dia das Mães, fui com a família, mamãe e um casal de amigos à Bahia, mais precisamente à Ilha de Itaparica passar uma semana no Club Med. Fui eu que escolhi o local, pois achei que faria a todos felizes. Bingo! Não imaginei que seria tão bom! Nos divertimos muito, passamos momentos realmente agradáveis, nos cansamos de rir e também de tantas atividades, o que me impressionou porém foram as comidas (hahaha... novidade!!!), na verdade por serem ÓTIMAS.

Olhem os pães feitos lá, muito variados e lindos...




Uma salada de frutos do mar com kani, mariscos, polvo, lula e vinagrete,
tudo maravilhosamente bem feito, saboroso e muito bem apresentado!!!



Eu estive no Club Med há 24 anos (eu sempre com essa memória de datas...) e nessa época odiava comer, achava uma coisa super sem graça, pesava 56 kgs nos meus 1.70m, então não dei a mínima atenção à gastronomia local...


Burritos com chili, cebola, tomate, alface, frango e guacamole.





Assim, foi uma grata surpresa, não imaginava que a culinária lá fosse super caprichada e variada, com vários pratos preparados e montados no momento na sua frente! São seis chefs de cozinha, sendo que eu conheci e conversi bastante com três deles: o chef principal, que veio do Senegal e trabalhou muitos anos na Europa; e outros dois chefs formados pelo Senac, um deles de Minas Gerais, que também teve experiências na França e Suiça e o outro na Espanha.

Peixe Vermelho com molho picante, cebolas empanadas e arroz de espinafre.

Tacos com chili com carne.





Infelizmente mesmo tendo feito todas as atividades que são oferecidas, eu ganhei uns bons 2 ou 3 kgs, mas sem a mínima culpa ... Eu recomendo!

Um beijo,
Dri

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Entre os muros de Bergamo

Enquanto Milão foi agitado e o Lago di Como foi romântico, Bergamo foi a chave de ouro da viagem: charmoso.

Bergamo se divide em duas: a Città Bassa, que é a metrópole urbana moderna, e a Città Alta, que é a cidade velha, no alto do morro, cercada por muralhas e bem medieval. Ao redor das ruazinhas de paralelepípedos ficam restaurantes, lojas que vendem queijos e frios, confeitarias com vitrines de encher os olhos, lojas e alguns poucos hotéis – sem falar nas construções antigas lindas, como a Piazza Vecchia, o Duomo, a igreja de Santa Maria Maggiore e a Biblioteca de Bergamo. É o máximo passear por esta cidade e ficar imaginando como ela funcionava há séculos...



Para ir da Cidade Baixa para a Cidade Alta usa-se o bondinho, ou funicular.

Comemos e bebemos muítissimo bem em Bergamo. E a culinária bergamasca é super interessante nas suas particularidades. Vamos lá!

A massa típica bergamasca é o casoncelli (ou casoncèi). Assim como a nossa feijoada, sua origem é humilde, pois era feito com pedaços de massa que eram recheados com restos de carne bovina e suína. Os casoncelli são raviolis bem rústicos, enrolados a mão mesmo. O mais tradicional é o casoncelli bergamaschi con pancetta burro e salvia (com manteiga, sálvia e pancetta, que se assemelha ao bacon - beeeem gordo e bem ao estilo da culinária piemontesa como já contei a vocês). É uma delícia...


Além das tortas feitas com nozes, amêndoas e frutas secas e dos doces folhados e recheados, o doce mais típico da culinária bergamasca chama-se curiosamente Polenta e Osei – que quer dizer “polenta e andorinhas” :) Mas calma... o nome se deve unicamente ao aspecto do doce!! É um bolo aromatizado com limão e baunilha, recheado com uma pasta amanteigada de chocolate e coberto com marzipã amarelo e com pequenos passarinhos também feitos de marzipã! Toda vitrine de confeitaria tem sua versão da Polenta e Osei, nos mais variados tamanhos, de um bolinho individual (como eu comi) até um bolo de 3 kg ou mais.




Este gnocchi di patate fatti in casa con funghi porcini, finferli e pinoli tostati mostra bem o traço da culinária piemontesa a base de creme de leite e manteiga e com dois tipos de funghi, mas com o toque do charme bergamasco, o cacau em pó...


Outro primo piatto bem gostoso e diferente. No menu chamava-se Creme Bruleé di Zucca e Gorgonzola, mas estava mais para um suflê mesmo :)





A sobremesa mais gostosa que comemos em Bergamo foi certamente este Tiramisù: o melhor que comi na vida, deixou saudades...


Um capítulo à parte para a Pizzeria Il Fornaio. Lotada o dia inteiro, sempre com pizzas diferentes na vitrine (a gente passava em frente só para ver o que tinha de novo), vendiam-se as pizzas aos pedaços que eram cortados pela atendente com uma tesoura (!). Os pedaços voltavam ao forno para uma tostada final e eram pesados e entregues sobre um guardanapo de papel. Até pizza de batata-frita apareceu uma vez... sim, na Itália!!!




Vejam como são lindas as vitrines de Bergamo...



Em Bergamo também tomamos o vinho mais gostoso da viagem.



Bom, por ora é só! Espero que tenham curtido conosco a viagem :)




terça-feira, 26 de maio de 2009

Coxinhas para saciar um desejo de grávida

Esta é mais uma contribuição da Stephanie, nossa super leitora. Ela só esqueceu de dizer que está grávida de quase 9 meses e ficou com DESEJO de comer coxinha :) Como ela não achou um boteco nos EUA, fez esta receita de cozinhas kasher em casa mesmo.

Oi Lu,
Vai aí uma receita de coxinha!

Sabe como é, eu morando aqui nos Estados Unidos... longe das delícias brasileiras... às vezes bate aquela vontade. Estava com desejo de comer coxinha... na falta de um boteco mais próximo... kasher no meu caso... resolvi apelar para as amigas buscando uma receita legal... a Regia, uma grande amiga minha (e super advogada trabalhista) me enviou uma receita mais simplificada (porque a receita tradicional dá mais trabalho...). O resultado ficou ótimo! Vocês aí no Brasil tem acesso a uma coxinha rapidinho, mas é gostoso também fazer em casa, com ingredientes fresquinhos... experimentem!

Coxinha da Regia




2 litros de água
1 peito de frango cozido e desfiado
4 xíc (chá) de farinha de trigo
1 cubinho de caldo de frango
4 col (sopa) de margarina
2 ovos
farinha de rosca para empanar
óleo para fritar

Cozinhe o frango nos dois litros de água. Reserve a água. Desfie o frango. Usando a água em que cozinhou o frango, adicione 2 colheres de margarina e o cubinho de caldo e leve a fervura.
Adicione a farinha e misture muito bem até esta massa soltar da panela. Coloque a massa no mármore ou numa tábua e deixe esfriar um pouco. Adicione mais 2 colheres de margarina, amasse bem. Adicione um ovo de cada vez e amasse bem novamente. A massa está pronta!
Agora pegue um pouco de massa, abra na palma da mão, recheie com frango e adicione mais massa em cima. Feche e faça o formato de coxinha. Dica: deixe uma vasilha de água do seu lado e vá "untando" as mãos com um pouco de água para massa não grudar. Passe a coxinha na farinha de rosca e frite em óleo bem quente! Rende cerca de 25 cozinhas.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Ao redor do Lago di Como



O Lago di Como é mesmo candidato a um dos lugares mais românticos do mundo. Cada cantinho uma surpresa – uma paisagem linda, um jardim florido, um lugarzinho pitoresco para tomar um café, uma casa colorida... tudo regado por aquele céu azul com o lago e as montanhas nevadas ao fundo. Estivemos em Tremezzo, onde visitamos a Villa Carlota, e depois atravessamos de barco para Bellagio.




Um almoço leve – panini (sanduíches) feitos com piadina (pão achatado e frito) recheados com folhas, crudo (como eles chamam o presunto cru) e grana (que é o queijo grana padano)...




Uma pausa para o café, sempre presente em nossos passeios...




Vitela com espinafre e risoto, bem típico do local. Reparem nas folhas de sálvia fritas na manteiga... ficam divinas!!



Um prato com polenta – a polenta é muito saborosa, feita com a sêmola mais grossa do que vemos normalmente por aqui.




Os limões sicilianos da Villa Carlota.




Arriverdeci... Nós vemos em Bergamo! :)




Agnello al Rosmarino e Prezzemolo para comemorar um ano de blog!

Por Luciana Betenson

Caros amigos do Rosmarino e Prezzemolo,

Hoje é comemoração! Nosso querido blog completa 1 ano de vida, firme e forte. Nestes primeiros 12 meses, foram mais de 25 mil acessos, com 26 seguidores e 46 membros no grupo dos Amigos do Rosmarino e Prezzemolo.

Quando tivemos esta ideia, eu e a Adriana não imaginávamos que daria tão certo, que iríamos curtir tanto postar as receitas e nossas historinhas, que faríamos tantos amigos virtuais! E que aprenderíamos tanto neste mundo virtual de delícias.

Assim, queremos hoje agradecer aos nossos leitores pelo apoio, carinho e tempo que dedicam a nos ler semanalmente, no meio desta enxurrada de emails que lotam nossas caixas postais.

Abraços especiais vão para:

* as leitoras que nos prestigiaram, fazendo as suas e as nossas receitas e mandando suas colaborações ao blog, que com a participação de vocês certamente ficou muito mais legal - a Lala, nossa primeira colaboradora, que mandou a receita das deliciosas bombas de chocolate; a Stephanie, nossa mais assídua colaboradora, que traz receitas ótimas e também ingredientes da cultura judaica; a Ana Maria, que nos brindou com os arancini crocantes e com sua foto do risoto de morangos; a Tetê, que nos mandou sua torta de frutas secas apetitosa; minha mãe, Danira, que nos mandou o delicioso cake aux olives e por fim a Marila, que (ainda!) não nos mandou colaborações para o blog mas que sei que faz MUITAS das nossas receitas... :)

* os que testaram nossas receitas do post Cooking for Dummies: meu marido Michael, minha irmã Juliana (com a ajuda inestimável da Cris Pupo para fazer o texto!), minhas amigas Nádia e Renata e a Ana Marta;

* as amigas virtuais que prestigiaram as receitas do Rosmarino e Prezzemolo, publicando-as em seus blogs - a Letícia do Cozinha Magia, que fez nosso nhoque de ricota e espinafre, e a Gina do Naco Zinha, que fez o ratatouille e a quiche de ratatouille.

Também agradecemos imensamente a:

* a Daniela e a Roberta da Casamaria de Araraquara, que nos forneceram sua receita de fondue de Nutella e nos encantaram com suas lindas mesas postas;

* o pessoal de Ribeirão Preto que nos apoiou em algum momento neste ano que passou: Casa Affonso, João Roberto, revista Revide e Priscila Stucky.


Continuem conosco!

Auguri e buon appetito!





A receita que escolhi para comemorar este primeiro ano não podia deixar de ser essa...

Agnello al Rosmarino e Prezzemolo


1 perna de cordeiro com cerca de 1,5 kg
2 col (sopa) de salsinha picada
1 col (sopa) de alecrim
2 col (sopa) de azeite
2 col (sopa) de manteiga
1 xíc (chá) de vinho branco seco
1 cebola picada
2 xíc (chá) de caldo de carne
3 xíc (chá) de água
sal e pimenta a gosto
ramos de salsinha e alecrim para decorar

Em uma assadeira grande, tempere a perna de cordeiro esfregando-a com a salsinha, o alecrim, o azeite, a manteiga e a cebola. Jogue o vinho branco e deixe marinar de um dia para o outro ou por pelo menos seis horas, virando a perna no meio do tempo. Para assar, pré-aqueça o forno a 180º, jogue o caldo de carne e metade da água na assadeira, cubra-a com papel alumínio e asse por cerca de uma hora e meia, regando a carne a cada vinte minutos. Acrescente mais água se secar muito. Sirva enfeitado com ramos de alecrim e salsinha.

domingo, 17 de maio de 2009

Pelas ruas de Milão

Milão, início de nossa viagem pela Lombardia. Taí o berço do tão conhecido bife à milanesa :) A fama não vem à toa...

É claro que não podíamos deixar de comer os dois pratos mais típicos da culinária milanesa – o risotto alla milanese e a cotoletta alla milanese. Muito simples, mas deliciosos. O risotto é aquele bem básico feito com manteiga, cebola, vinho branco, brodo e queijo – mas com o toque especial do açafrão e do tutano de boi. A cotoletta é uma boa fatia de lombo de vitela com o osso, empanada e frita na manteiga. Tenho que dizer que é diferente – e mais gostoso! – do que o nosso bife, pois a carne é macia e suculenta sem ser muito gordurosa, e a cobertura é bem crocante. Todo restaurante de Milão tem sua versão destes pratos.




Os aspargos, junto com o espinafre e as alcachofras, foram os vegetais mais presentes nos menus milaneses. Comemos também uma piccata di vitello ai asparagi que deixou boas lembranças na Trattoria Bagutta (Pizza San Babila, centro de Milão), restaurante bem antigo e tradicional.



Por recomendação da Dri, fomos à Premiata Pizzeria, lugar gostoso e aconchegante e também tradicional em Milão. A pizza escolhida, a Capricciosa, tinha molho de tomates, mussarela, alcachofra, funghi, alcaparras e azeitonas. Combinação deliciosa!


Almoços sempre mais leves para agüentar a comilança do jantar... Este foi “prato de resistência”, comemos mais de uma vez: carpaccio di bresaola, rucola e Parma. Esta rúcula italiana com folhas bem pequenas é simplesmente deliciosa, concentra o gostinho da rúcula sem ser muito picante.



Outro prato de resistência: a famosa salada caprese :)



O que mais em Milão? Passamos um final de semana delicioso andando pelas ruas do centro e aproveitando tudo o que havia para ver. Fomos ao Duomo, à Pinacoteca de Brera, ao Castello Sforzesco e à galeria Vittorio Emanuele II, onde comprei um livro bem legal de receitas de risotos na Rizzoli.

Vitrines de dar água na boca...



Sou viciada nestas castanhas portuguesas assadas que a gente compra nas ruas e que são servidas em um cone de papel de embrulho. Mas as “fontes” de fatias de coco fresco para vender são inéditas, fala sério...



Em seguida, rumo ao Lago di Como. Aguardem mais histórias. Olhem só que paisagem “feia” pelo caminho :)

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Os chocolate chip cookies mais perfeitos que já comi!

Por Luciana Betenson


Íamos viajar sem filhos e queria deixar alguma coisa bem gostosa para os meus meninos comerem... Fui então fuçar nos meus blogs de guloseimas preferidos e lembrei deste chocolate chip cookie da Flávia Pantoja, cujo blog é simplesmente uma delícia ;)

Estes cookies ficam iguais àqueles que a gente come nos Estados Unidos... E, além de serem deliciosos, sua receita é daquelas que DÃO CERTO. Sigam à risca e vejam que massa deliciosa de se trabalhar. Eles ficam PER-FEI-TOS! Façam e me contem :)

Chocolate chip cookies da Flávia

330 g de farinha de trigo
½ colher (chá) de fermento em pó
½ colher (chá) de sal
150 g de manteiga sem sal à temperatura ambiente
200 g de açúcar mascavo
100 g de açúcar branco
1 ovo + 1 gema
2 colheres (sobremesa) de aroma de baunilha
250 g de chocolate meio-amargo picadinho

Pré-aqueça o forno a 180º C. Forre 3 assadeiras com papel manteiga. Numa vasilha, misture a farinha, o fermento e o sal. Reserve. Na vasilha da batedeira, junte os açucares e a manteiga. Bate bem até e massa ficar bem fofa e cremosa, uns 5 minutos. Adicione então o ovo, a gema e a baunilha e bata mais uns 3 a 4 minutos. Diminua a velocidade da batedeira e adicione os secos lentamente. Quando os secos estiverem todos incorporados, pare a batedeira e com uma espátula misture o chocolate picado. Nesse ponto, você pode tampar a vasilha e por na geladeira se não for assar os cookies imediatamente. A massa fica inclusive mais fácil para manusear. Com as mãos, faça bolinhas do tamanho de uma bola de ping-pong, achate-as um pouco e ponha-as na assadeira. Leve ao forno uma assadeira de cada vez. Os meus biscoitos demoraram entre 10 e 15 minutos para ficar prontos. Os da Flávia levaram 15 a 18 minutos. Atenção: os cookies vão parecer crus; é assim mesmo. Quando esfriarem, estarão perfeitos. A receita rendeu 35 biscoitos.


terça-feira, 12 de maio de 2009

Uma aventura gastronômica pela Lombardia

fonte da imagem: http://www.simonde.com.br/SimondeWeb/Materias/frmMateria.aspx?m=15

Viajamos uma semana pela Lombardia, no norte da Itália. Junto com a vizinha região do Piemonte, a Lombardia é conhecida pelas massas frescas, polentas e risotos. A região é inclusive a principal produtora de arroz do país. Por conta também da produção de pecuária bovina nas encostas das montanhas, é a terra da vitela e conhecida por usar mais a manteiga do que o azeite em seus pratos. É mais fácil achar massas frescas com molhos à base de creme de leite e manteiga do que molhos de tomate!

No Piemonte fica a região de Alba, onde são encontradas as raras trufas brancas. A região também é reconhecida por seus aspargos (que marcam a chegada da primavera), os funghi variados, os embutidos como a bresaola e os queijos gorgonzola, mascarpone e Grana Padano.

As sobremesas típicas também seguem a mesma linha do uso da manteiga e do creme de leite: tanto o Tiramisù como a Panna Cotta têm sua origem no noroeste da Itália. Alem destes dois doces, muitos outros são feitos com frutas secas e nozes, em especial as avelãs. O Piemonte é a terra do torrone e da gianduia (pasta de chocolate e avelãs).




Viram que região mais LIGHT?? Não é à toa que eu e o meu marido juntos engordamos 4 kg na viagem....!!

Nos próximos posts, levaremos vocês conosco nesta aventura gastronômica, passando pelas ruas movimentadas de Milão, pelas encostas do Lago di Como e pelas ruas tortuosas de Bergamo. Aproveitem :)

Fontes:http://www.simonde.com.br/simondeweb/principal/frmprincipal.aspx
         http://www.comunitaitaliana.com.br/Gastronomia/lombardia.htm


sexta-feira, 8 de maio de 2009

Nhoque de mandioquinha: comida de alma...

Por Luciana Betenson

Hoje estou a fim de uma “comida de alma”...

Esta expressão, muito usada por aí, li pela primeira vez no livro da Nina Horta (Não é Sopa – Crônicas e Receitas de Comida), um dos primeiros da minha gastronoteca :)

Como diz a Nina, comida de alma é “aquela que consola, que escorre garganta abaixo quase sem precisar ser mastigada, na hora de dor, de depressão, de tristeza pequena. Não é, com certeza, um leitão pururuca, nem um menu nouvelle seguido à risca. Dá segurança, enche o estômago, conforta a alma, lembra a infância e o costume. É a canja de mãe judia, panacéia sagrada a resolver os problemas de náusea existencial. O macarrão cabelo-de-anjo cozido mole e passado na manteiga. O caldo de galinha gelatinoso, tomado às colheradas. São as sopas. O leite quente com canela, o arroz-doce, os ovos nevados, a banana cozida na casca, as gelatinas, o pudim de leite”.

Para mim, nhoque não é “pasta”, é “comida de alma”!!

Muita gente gostou do nhoque de ricota e espinafre. Este é outro que fica ótimo e é diferente: nhoque de mandioquinha (ou de batata baroa, se você for carioca).

Saímos um pouco da “alma” na hora de bolar o molho do nosso nhoque de hoje: manteiga, alho frito e folhas de manjericão gigante :) Espero que gostem :))

Nhoque de mandioquinha



8 mandioquinhas médias/grandes (deu 1,3 kg de mandioquinha já cozida e espremida)
1 ½ xíc (chá) de farinha de trigo
1 ovo
1 col (chá) de sal
1 pitada de noz moscada

Descascar as mandioquinhas e cozinhar em água com uma pitada de sal até que fiquem macias. Espremer a mandioquinha ainda quente numa tigela e esperar amornar um pouco para colocar a farinha de trigo, o ovo e o sal. Se quiser, acrescente uma pitada de noz moscada. Misturar bem até a massa começar a soltar das mãos e ficar homogênea. Enfarinhe uma superfície e vá fazendo tiras finas e cortando os nhoques. Cozinhe em água fervente. Quando as bolinhas subirem à superfície, estão prontas.

terça-feira, 5 de maio de 2009

A torta de frutas secas da Tetê

Por Adriana Haddad


No mesmo jantar que mencionei no meu post de sexta-feira passada (no qual eu fiz a ‘Mjadra), na casa da Tetê, ela resolveu mostrar seus dons...

Gente, para quem não conhece a Tetê, ela é um ser ÍMPAR, a RAINHA DA CONFUSÃO e realmente eu não dava nada por ela. Mas cheguei na sua casa para finalizar o jantar e ela me apresentou essa torta magnífica de frutas secas. Eu, sinceramente, não a-cre-di-tei!! Mas quando comi a torta... foi realmente um prazer! Sonhei com a torta no dia seguinte e a louca me mandou um pedação por um moto-táxi no domingo à noite... hahahahahahaaa!!

Depois disso, me sinto na obrigação moral de defendê-la e, se alguém como eu não acreditava em seus dotes... agora ela se provou. Parabéns amiga!Você é tudooooooo!!! :) Confiram.

Torta de frutas secas

massa
2 xíc (chá) de semolina
1 gema
2 col (sopa) de açúcar mascavo
200 g de manteiga sem sal

recheio
100 g de ameixas secas sem caroço
100 g de damascos secos
100 g de uvas passas
100 gramas de maçã sem casca cortada em cubos pequenos
50 g de nozes meio trituradas
2 col (sopa) de açúcar aromatizado com baunilha
1 col (sopa) de amido de milho dissolvido em ½ xíc (chá) de água
raspas de 1 limão

Pré-aquecer o forno a 180º. Misturar os ingredientes da massa com as mãos, forrar uma forma de torta, furar com um garfo para evitar bolhas e levar para assar por uns 15 a 20 minutos. Deixar as frutas de molho com água cobrindo-as da noite para o dia. Levar à fervura as frutas com o açúcar. Depois que ferver, abaixar o fogo e misturar o amido de milho dissolvido na água. Mexer mais um pouco, colocar as raspas de limão e tirar do fogo. Colocar o recheio sobre a massa, cobrir com as nozes e levar ao forno por mais 5 minutos.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

A 'mjadra que virou prato principal

Por Adriana Haddad



No sábado passado fomos jantar na Tetê e eu preparei uma iguaria árabe muito boa, mas não é isso que vou postar hoje, esta vai ficar mais para frente... Aguardem :)

De qualquer maneira, éramos 10 e achei que minha iguaria árabe seria pouca comida e resolvi complementar o jantar com um arroz com lentilhas (‘mjadra), uma guarnição básica da culinária árabe.

A ‘mjadra, ou mujaddara, é um prato originado no Oriente Médio e muito consumido por sírios, libaneses e judeus de origem árabe. Assim como acontece com a nossa feijoada, acredita-se que antigamente a ‘mjadra era um prato consumido pelos pobres – hoje, porém, é considerado um prato balanceado, com alto teor de proteínas e ótimo coadjuvante em uma dieta saudável.

Para meu espanto e alegria, esta ‘mjadra foi degustada mais como prato principal do que como acompanhamento! Embora simples, é um prato super nutritivo e delicioso. Provem!

‘Mjadra (arroz com lentilhas)

1 xícara (chá) de arroz branco
1 xícara (chá) de lentilhas
2 cebolas
½ xícara (chá) de azeite
½ xícara (chá) de óleo de milho ou de girassol
2 tabletes de caldo de carne dissolvidos em 2 litros de água (ou só a água se não quiser usar o caldo)
sal (se não usar o caldo)

Lavar as lentilhas e levar ao fogo em uma panela coberta com água (ou com o caldo de carne dissolvido em 1 litro de água) e deixá-las cozinhar até ficarem “al dente”, mais ou menos 15-20 minutos. Enquanto as lentilhas cozinham, cortar as cebolas no sentido longitudinal, bem fininhas, e levá-las ao fogo em uma frigideira com o óleo e o azeite até dourarem, tomando muito cuidado para que não queimem, a fogo baixíssimo e mexendo sempre. Quando elas estiverem douradas, jogar ¼ das cebolas com o óleo sobre as lentilhas e acrescentar o arroz, misturar bem, colocar o restante da água (ou do caldo) e levar ao fogo baixo por mais 15 minutos ou até que o arroz esteja cozido. Colocar em uma travessa e enfeitar com as cebolas restantes.